Hoje reli um poema do sábio Fernando Pessoa e fiquei a pensar e pensar e pensar...
Ah o amor!
A sua essência é tão pura... tão solidária, tão calorosa...
O quão tímido pode se mostrar ao outro...
O quão arrebatador também...
É fato que é também transformador...
A face se ilumina, os olhos brilham além do comum...
A mente... Ah, a mente vaga em seus devaneios...
A vontade é grita-lo aos quatro ventos...
Mas como gritar a quem se ama? Será que se ama mesmo?
Confesso não saber... e ai entra o belo poema... "não lhe sabe falar"
Onde encontrar as palavras corretas?
Onde encontrar o momento correto?
Existe o correto? Ou tudo não passa de uma série de fatos isolados, que culminam no inevitável?
Mas e se não for inevitável? Se, se, e se....
A alma guarda tudo... coragem ou covardia?
Mas como não amar em toda a sua complexidade?
Devaneios, devaneios e mais devaneios....
Minha face entorpecida de quiça um amor encoberto mergulha em constantes devaneios...
"O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar pra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…"